Estava a meio do Verão e já não aguentava . Cada dia parecia uma eternidade, queria ocupar o meu tempo, mas não tinha maneira de o fazer . Já estava a ficar farta e só queria algo para me distrair .
Um dia à tarde, a minha mãe chegou mais cedo a casa. Interroguei-me pois não era hábito chegar aquelas horas .
– Olá filha , podes chegar aqui um bocadinho por favor ? – chamou a minha mãe com uma voz firme .
– Sim mãe , diz… – respondi, hesitando, pois sabia que com aquela cara o assunto não era algo normal .
– Eu tenho reparado que tens estado muito tempo sem fazer nada, por isso decidi inscrever-te num campo de férias durante duas semanas . Que me dizes?
Ao ouvir estas palavras não tive reacção. Por um lado era óptimo porque pelo menos saía de casa durante algum tempo, mas por outro…
– Um campo de férias mãe?! – disse bastante revoltada – não conheço ninguém e além disso não quero ir sózinha .
– Agora já é tarde, faz as malas e despacha-te, o campo começa hoje e não quero que chegues tarde .
Agora, sim, já não havia volta a dar. Arrumei todas as minhas coisas dentro das malas e entrei no carro muito contrariada .
A viagem foi longa e silenciosa. Enquanto isso, ia ocupando o meu tempo a pensar nuns planos para fugir dali para fora.
– Vá anda, já chegámos – disse-me a minha mãe.
Tirei as malas do carro e olhei para a quantidade de pessoas que o faziam também . “Ora bolas ! “ pensei para mim .
– Diverte-te ! – disse-me ela dando-me um beijinho na cabeça .
À medida que me ia afastando, a mão da minha mãe ia desaparecendo… O campo era enorme e seria difícil encontrar a minha camarata. Procurei o número da camarata a condizer com o meu cartão, mas nada…
– Precisas de ajuda ? – perguntou-me uma voz de rapariga, muito doce .
– Sim, sou nova aqui e procuro a camarata número 13 – respondi-lhe muito envergonhada .
– Então parece que procuramos a mesma coisa! – disse-me ela sorrindo e mostrando o cartão com um número igual ao meu .
Os dias foram passando e a minha amizade com a Catarina foi crescendo. Passávamos a maior parte do tempo juntas, partilhávamos histórias uma com a outra, ríamos juntas e divertíamo-nos bastante. O tempo foi voando e quando dei por mim estava-me a despedir da melhor amiga que já fizera.
– Vou ter muitas saudades tuas! Gostei tanto do tempo que passámos juntas! – disse-lhe com lágrimas nos olhos.
– Eu também. Mas não te preocupes. Encontramo-nos no próximo Verão – disse-me ela sorrindo e passando os dedos pelos meus olhos .
Entrei no carro , abri a janela e fiz-lhe um último aceno .
Carolina Gonçalves 8ºano
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